quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Fuvest 2013


46 A escravidão na Roma antiga

a) permaneceu praticamente inalterada ao longo dos
séculos, mas foi abolida com a introdução do
cristianismo.

b) previa a possibilidade de alforria do escravo apenas
no caso da morte de seu proprietário.

c) era restrita ao meio rural e associada ao trabalho
braçal, não ocorrendo em áreas urbanas, nem
atingindo funções intelectuais ou administrativas.

d) pressupunha que os escravos eram humanos e, por
isso, era proibida toda forma de castigo físico.

e) variou ao longo do tempo, mas era determinada por
três critérios: nascimento, guerra e direito civil.

47 Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a
capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as
palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de
suas experiências como membro da expedição
espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império
Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém,
quando Díaz e seus companheiros de conquista
emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira
vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário
que, anos depois, assim descreveram: “vislumbramos
tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer,
nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era
real”.

Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2006, p. 15-16. Adaptado.

O texto mostra um aspecto importante da conquista da
América pelos espanhóis, a saber,

a) a superioridade cultural dos nativos americanos em
relação aos europeus.

b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior
convivência entre conquistadores e conquistados.

c) a surpresa dos conquistadores diante de
manifestações culturais dos nativos americanos.

d) o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos
contatos culturais e comerciais com os europeus.

e) a rápida desaparição das culturas nativas da
América Espanhola.


48 “O senhor acredita, então”, insistiu o inquisidor,
“que não se saiba qual a melhor lei?” Menocchio
respondeu: “Senhor, eu penso que cada um acha que
sua fé seja a melhor, mas não se sabe qual é a melhor;
mas, porque meu avô, meu pai e os meus são cristãos,
eu quero continuar cristão e acreditar que essa seja a
melhor fé”.

Carlo Ginzburg. O queijo e os vermes. São Paulo:
Companhia das Letras, 1987, p. 113.

O texto apresenta o diálogo de um inquisidor com um
homem (Menocchio) processado, em 1599, pelo Santo
Ofício. A posição de Menocchio indica

a) uma percepção da variedade de crenças, passíveis
de serem consideradas, pela Igreja Católica, como
heréticas.

b) uma crítica à incapacidade da Igreja Católica de
combater e eliminar suas dissidências internas.

c) um interesse de conhecer outras religiões e formas
de culto, atitude estimulada, à época, pela Igreja
Católica.

d) um apoio às iniciativas reformistas dos protestantes,
que defendiam a completa liberdade de opção
religiosa.

e) uma perspectiva ateísta, baseada na sua
experiência familar.

49 A população indígena brasileira aumentou 150% na
década de 1990, passando de 294 mil pessoas para
734 mil, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O
crescimento médio anual foi de 10,8%, quase seis
vezes maior do que o da população brasileira em geral.

http://webradiobrasilindigena.wordpress.com, 21/11/2007.

A notícia acima apresenta

a) dado pouco relevante, já que a maioria das
populações indígenas do Brasil encontra-se em fase
de extinção, não subsistindo, inclusive, mais
nenhuma população originária dos tempos da
colonização portuguesa da América.

b) discrepância em relação a uma forte tendência
histórica observada no Brasil, desde o século XVI,
mas que não é uniforme e absoluta, já que nas
últimas décadas não apenas tais populações
indígenas têm crescido, mas também o próprio
número de indivíduos que se autodenominam
indígenas.

c) um consenso em torno do reconhecimento da
importância dos indígenas para o conjunto da
população brasileira, que se revela na valorização
histórica e cultural que tais elementos sempre
mereceram das instituições nacionais.

d) resultado de políticas públicas que provocaram o fim
dos conflitos entre os habitantes de reservas
indígenas e demais agentes sociais ao seu redor,
como proprietários rurais e pequenos trabalhadores.

e) natural continuidade da tendência observada desde
a criação das primeiras políticas governamentais de
proteção às populações indígenas, no começo do
século XIX, que permitiram a reversão do anterior
quadro de extermínio observado até aquele
momento.

50 Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao
mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse:
tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo
comum estava tomando a justiça em suas mãos.
Aprovo essa justiça, mas poderia não ser cruel?
Castigos de todos os tipos, arrastamentos e
esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a
fogueira, verdugos proliferando por toda parte
trouxeram tanto prejuízo aos nossos costumes! Nossos
senhores colherão o que semearam.

Graco Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette.
Mídia, cultura e revolução. São Paulo:

Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado.

O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf
à sua mulher, no início da Revolução Francesa de 1789.
O autor

a) discorda dos propósitos revolucionários e defende a
continuidade do Antigo Regime, seus métodos e
costumes políticos.

b) apoia incondicionalmente as ações dos
revolucionários por acreditar que não havia outra
maneira de transformar o país.

c) defende a criação de um poder judiciário, que atue
junto ao rei.

d) caracteriza a violência revolucionária como uma
reação aos castigos e à repressão antes existentes
na França.

e) aceita os meios de tortura empregados pelos
revolucionários e os considera uma novidade na
história francesa.


51 A economia das possessões coloniais portuguesas
na América foi marcada por mercadorias que, uma vez
exportadas para outras regiões do mundo, podiam
alcançar alto valor e garantir, aos envolvidos em seu
comércio, grandes lucros. Além do açúcar, explorado
desde meados do século XVI, e do ouro, extraído
regularmente desde fins do XVII, merecem destaque,
como elementos de exportação presentes nessa
economia:

a) tabaco, algodão e derivados da pecuária.

b) ferro, sal e tecidos.

c) escravos indígenas, arroz e diamantes.

d) animais exóticos, cacau e embarcações.

e) drogas do sertão, frutos do mar e cordoaria.

52 Maldito, maldito criador! Por que eu vivo? Por que
não extingui, naquele instante, a centelha de vida que
você tão desumanamente me concedeu? Não sei! O
desespero ainda não se apoderara de mim. Meus
sentimentos eram de raiva e vingança. Quando a noite
caiu, deixei meu abrigo e vagueei pelos bosques. (...)
Oh! Que noite miserável passei eu! Sentia um inferno
devorar-me, e desejava despedaçar as árvores,
devastar e assolar tudo o que me cercava, para depois
sentar-me e contemplar satisfeito a destruição. Declarei
uma guerra sem quartel à espécie humana e, acima de
tudo, contra aquele que me havia criado e me lançara a
esta insuportável desgraça!

Mary Shelley. Frankenstein. 2ª ed. Porto Alegre: LPM, 1985.

O trecho acima, extraído de uma obra literária publicada
pela primeira vez em 1818, pode ser lido corretamente
como uma

a) apologia à guerra imperialista, incorporando o
desenvolvimento tecnológico do período.

b) crítica à condição humana em uma sociedade
industrializada e de grandes avanços científicos.

c) defesa do clericalismo em meio à crescente
laicização do mundo ocidental.

d) recusa do evolucionismo, bastante em voga no
período.

e) adesão a ideias e formulações humanistas de
igualdade social.


53 Durante os primeiros tempos de sua existência, o
PCB prosseguiu em seu processo de diferenciação
ideológica com o anarquismo, de onde provinha parte
significativa de sua liderança e de sua militância. Nesse
curso, foi necessário, no que se refere à questão
parlamentar, também proceder a uma homogeneização
de sua própria militância. Houve algumas tentativas de
participação em eleições e de formulação de propostas
a serem apresentadas à sociedade que se revelaram
infrutíferas por questões conjunturais. A primeira vez em
que isso ocorreu foi, em 1925, no município portuário
paulista de Santos, onde os comunistas locais,
apresentando-se pela legenda da Coligação Operária,
tiveram um resultado pífio. No entanto, como todos os
atos pioneiros, essa participação deixou uma importante
herança: a presença na cena política brasileira dos
trabalhadores e suas reivindicações. Estas, em
particular, expressavam um acúmulo de anos de lutas
do movimento operário brasileiro.

Dainis Karepovs. A classe operária vai ao Parlamento.
São Paulo: Alameda, 2006, p.169.

A partir do texto acima, pode-se afirmar corretamente
que

a) as eleições de representantes parlamentares
advindos de grupos comunistas e anarquistas foram
frequentes, desde a Proclamação da República, e
provocaram, inclusive, a chamada Revolução de
1930.

b) comunistas, anarquistas e outros grupos de
representantes de trabalhadores eram formalmente
proibidos de participar de eleições no Brasil desde a
proclamação da República, cenário que só se
modificaria com a Constituição de 1988.

c) as primeiras décadas do século XX representam um
período de grande diversidade político-partidária no
Brasil, o que favoreceu a emergência de variados
grupos de esquerda, cuja excessiva divisão impediu-os
de obter resultados eleitorais expresivos.

d) as experiências parlamentares envolvendo operários
e camponeses, no Brasil da década de 1920,
resultaram em sua presença dominante no cenário
político nacional, após o colapso do primeiro regime
encabeçado por Getúlio Vargas.


e) as primeiras participações eleitorais de candidatos
trabalhadores ganharam importância histórica, uma
vez que a política partidária brasileira da chamada
Primeira República era dominada por grupos
oriundos de grandes elites econômicas.

58 César não saíra d esuaprovíncia para fazer mal algum, mas
para se defender dos agravos dos inimigos, para
restabelecer emseus poderes os tribunos da plebe que
tinhamsido, naquela ocasião, expulsos da Cidade, para
devolveraliberdadeasieaopovoromanooprimidopela
facçãominoritária.

CaioJúlioCésar.A Guerra Civil.SãoPaulo:EstaçãoLiberdade,1999,p.67.

O texto,do século I a.C.,retrata o cenário romano de

a) implantação da Monarquia, quando a aristocracia
perseguia seus opositores e os forçava ao ostracismo,
para sufocar revoltas oligárquicas e populares.

b) transição da República ao Império, período de
reformulações provocadas pela expansão mediterrânica
e pelo aumento da insatisfação da plebe.

c) consolidação da República, marcado pela participação
política de pequenos proprietários rurais e pela
implementação de amplo programa de reforma agrária.
d) passagem da Monarquia à República, período de
consolidação oligárquica,que provocou a ampliação do
poder e da influência política dos militares.
e) decadência do Império, então sujeito a invasões
estrangeiras e à fragmentação política gerada pelas
rebeliões populares e pela ação dos bárbaros.


49B
50D
51A
52B
53E
54E
55C
56D

terça-feira, 15 de novembro de 2011

UNICAMP 2012

QUESTÃO 31
A longa presença de povos árabes no norte da África,mesmo antes de Maomé, possibilitou uma interação
cultural, um conhecimento das línguas e costumes, o que facilitou posteriormente a expansão do islamismo. Poroutro lado, deve-se considerar a superioridade bélica de alguns povos africanos, como os sudaneses, que
efetivaram a conversão e a conquista de vários grupos na região da Núbia, promovendo uma expansão do Islã queão se apoia na presença árabe.
(Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica Lopes, História da África: uma
introdução. Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30.)

Sobre a presença islâmica na África é correto afirmar que:

a) O princípio religioso do esforço de conversão, a jihad, foi marcado pela violência no norte da África e pela
aceitação do islamismo em todo o continente africano.
b) Os processos de interação cultural entre árabes e africanos, como os propiciados pelas relações
comerciais, são anteriores ao surgimento do islamismo.
c) A expansão do islamismo na África ocorreu pela ação dos árabes, suprimindo as crenças religiosas
tradicionais do continente.
d) O islamismo é a principal religião dos povos africanos e sua expansão ocorreu durante a corrida imperialista do século XIX.

QUESTÃO 32
De uma forma inteiramente inédita, os humanistas, entre os séculos XV e XVI, criaram uma nova forma de entender a realidade. Magia e ciência, poesia e filosofia misturavam-se e auxiliavam-se, numa sociedade atravessada por inquietações religiosas e por exigências práticas de todo gênero.
(Adaptado de Eugenio Garin, Ciência e vida civil no Renascimento
italiano. São Paulo: Ed. Unesp, 1994, p. 11.)

Sobre o tema, é correto afirmar que:

a) O pensamento humanista implicava a total recusa da existência de Deus nas artes e na ciência, o que
libertava o homem para conhecer a natureza e a sociedade.
b) A mistura de conhecimentos das mais diferentes origens - como a magia e a ciência - levou a uma
instabilidade imprevisível, que lançou a Europa numa onda de obscurantismo que apenas o Iluminismo pôde
reverter.
c) As transformações artísticas e políticas do Renascimento incluíram a inspiração nos ideais da Antiguidade Clássica na pintura, na arquitetura e na escultura.
d) As inquietações religiosas vividas principalmente ao longo do século XVI culminaram nas Reformas
Calvinista, Luterana, Anglicana e finalmente no movimento da Contrarreforma, que defendeu a fé
protestante contra seus inimigos.

QUESTÃO 33
O movimento pelas Diretas Já provocou uma das maiores mobilizações populares na história recente do Brasil, tendo contado com a cobertura nos principais jornais do país.

Assinale a alternativa correta.

a) O movimento pelas Diretas Já, baseado na emenda constitucional proposta pelo deputado Dante de
Oliveira, exigia a antecipação das eleições gerais para deputados, senadores, governadores e prefeitos.
b) O fato de que os protestos populares pelas Diretas Já pudessem ser veiculados nas páginas dos jornais indica que o governo vigente, ao evitar censurar a imprensa, mostrava-se favorável às eleições diretas para
presidente.
c) O movimento pelas Diretas Já exigia que as eleições presidenciais de 1985 ocorressem não de forma
indireta, via Colégio Eleitoral, mas de forma direta por meio do voto popular.
d) As manifestações populares pelas Diretas Já consistiram as primeiras marchas e protestos civis no espaço
público desde a instituição do AI-5, em dezembro de 1968.


TEXTO PARA AS QUESTÕES 34 E 35

“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a
ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser
mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é
um direito sagrado que serve de base a todos os outros.
(...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar
uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens
isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente
a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de
modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Tratase,
caso se queira, de uma agregação, mas não de uma
associação; nela não existe bem público, nem corpo
político.”
(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril,
1973, p. 28,36.)

QUESTÃO 34
No trecho apresentado, o autor

a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado de
igualdade política.
b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais.
c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos políticos.
d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se submeterem a um
único senhor.

QUESTÃO 35

Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:
a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado francês substituir os
impostos por contratos comerciais com os cidadãos.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e pregar a soberania do povo.
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da sociedade.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser proibido e
queimado em solo francês.

QUESTÃO 36
A política do Império do Brasil em relação ao Paraguai buscou alcançar três objetivos. O primeiro deles foi o de  obter a livre navegação do rio Paraguai, de modo a garantir a comunicação marítimo-fluvial da província de Mato Grosso com o restante do Brasil. O segundo objetivo foi o de buscar estabelecer um tratado delimitando as fronteiras com o país guarani. Por último, um objetivo permanente do Império, até o seu fim em 1889, foi o de procurar conter a influência argentina sobre o Paraguai, convencido de que Buenos Aires ambicionava ser o centro de um Estado que abrangesse o antigo vice-reino do Rio da Prata, incorporando o Paraguai.
(Adaptado de Francisco Doratioto, Maldita Guerra: nova história da
Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 471.)

Sobre o contexto histórico a que o texto se refere é correto afirmar que:

a) A Guerra do Paraguai foi um instrumento de consolidação de fronteiras e uma demonstração da
política externa do Império em relação aos vizinhos, embora tenha gerado desgastes para Pedro II.
b) As motivações econômicas eram suficientes para empreender a guerra contra o Paraguai, que pretendia
anexar territórios do Brasil, da Bolívia e do Chile, em busca de uma saída para o mar.
c) A Argentina pretendia anexar o Paraguai e o Uruguai, mas foi contida pela interferência do Brasil e pela
pressão dos EUA, parceiros estratégicos que se opunham à recriação do vice-reino do Rio da Prata.
d) O mais longo conflito bélico da América do Sul matou milhares de paraguaios e produziu uma aliança entre
indígenas e negros que atuavam contra os brancos descendentes de espanhóis e portugueses.


QUESTÃO 37
Emboaba: nome indígena que significa “o estrangeiro”, atribuído aos forasteiros pelos paulistas, primeiros
povoadores da região das minas. Com a descoberta do ouro em fins do século XVII, milhares de pessoas da
colônia e da metrópole vieram para as minas, causando grandes tumultos. Formaram-se duas facções, paulistas e emboabas, que disputavam o governo do território, tentando impor suas próprias leis.
(Adaptado de Maria Beatriz Nizza da Silva (coord.), Dicionário da História
da Colonização Portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo, 1994, p. 285.)

Sobre o período em questão é correto afirmar que:

a) As disputas pelo território emboaba colocaram em confronto paulistas e mineiros, que lutaram pela posse
e exploração das minas.
b) A região das minas foi politicamente convulsionada desde sua formação, em fins do século XVII, o que
explica a resistência local aos inconfidentes mineiros.
c) A luta dos emboabas ilustra o processo de conquista de fronteiras do império português nas Américas,
enquanto na África os portugueses se retiravam definitivamente no século XVIII.
d) A monarquia portuguesa administrava territórios distintos e vários sujeitos sociais, muitos deles em
disputa entre si, como paulistas e emboabas, ambos súditos da Coroa.

QUESTÃO 38

“Ninguém é mais do que eu partidário de uma política exterior baseada na amizade íntima com os Estados
Unidos. A Doutrina Monroe impõe aos Estados Unidos uma política externa que se começa a desenhar. (…) Em tais condições a nossa diplomacia deve ser principalmente feita em Washington (...). Para mim a Doutrina Monroe (...) significa que politicamente nós nos desprendemos da Europa tão completamente e definitivamente como a lua da terra.”

(Adaptado de Joaquim Nabuco, citado por José Maria de Oliveira Silva,
“Manoel Bonfim e a ideologia do imperialismo na América Latina”, em
Revista de História, n. 138. São Paulo, jul. 1988, p.88.)

Sobre o contexto ao qual o político e diplomata brasileiro Joaquim Nabuco se refere, é possível afirmar que:

a) A Doutrina Monroe a que Nabuco se refere, estabelecida em 1823, tinha por base a ideia de “a América para os americanos”.
b) Joaquim Nabuco, em sua atuação como embaixador, antecipou a política imperialista americana de tornar o Brasil o “quintal” dos Estados Unidos.
c) Ao declarar que a América estava tão distante da Europa “como a lua da terra”, Nabuco reforçava a
necessidade imediata de o Brasil romper suas relações diplomáticas com Portugal.
d) O pensamento americano considerava legítimas as intenções norte-americanas na América Central, bem
como o apoio às ditaduras na América do Sul, desde o século XIX.

QUESTÃO 39

Em discurso proferido em 20 de maio de 2011, o presidente dos EUA, Barack Obama, pronunciou-se sobre
as negociações relativas ao conflito entre palestinos e israelenses, propondo o retorno à configuração territorial anterior à Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967. Sobre o contexto relacionado ao conflito mencionado é correto afirmar que:

a) A criação do Estado de Israel, em 1948, marcou o início de um período de instabilidade no Oriente Médio, pois significou o confisco dos territórios do Estado da Palestina que existia até então e desagradou o mundo árabe.
b) A Guerra dos Seis Dias insere-se no contexto de outras disputas entre árabes e israelenses, por causa das
reservas de petróleo localizadas naquela região do Oriente Médio.
c) A Guerra dos Seis Dias significou a ampliação territorial de Israel, com a anexação de territórios, justificada pelos israelenses como medida preventiva para garantir sua segurança contra ações árabes.
d) O discurso de Obama representa a postura tradicional da diplomacia norte-americana, que defende a
existência dos Estados de Israel e da Palestina, e diverge da diplomacia europeia, que condena a existência dos dois Estados.







GABARITO

31 B
32 C
33 C
34 A
35 B
36 A
37 D
38 A
39 C

domingo, 30 de outubro de 2011

FUVEST 2009

01 Nicolau Maquiavel, em 1513, na Itália renascentista, escreveu:

Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo
freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. (...) O príncipe não precisa possuir  todas as qualidades (ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso), bastando que aparente possuí-las. Um príncipe, se possível, não deve se afastar do bem, mas deve saber entrar para o mal, se a isso estiver obrigado.    Adaptado de Nicolau Maquiavel. O Príncipe.

Indique qual das afirmações está claramente expressa no texto:

a) Os homens considerados bons são os únicos aptos a governar.
b) O príncipe deve observar os preceitos da moral cristã
medieval.
c) Fidelidade, humanidade, integridade e religiosidade
são qualidades indispensáveis ao governante.
d) O príncipe deve sempre fazer o mal, para manter o governo.
e) A aparência de ter qualidades é mais útil ao governante do que possuí-las.

02 Diz a Constituição Brasileira de 1988, no capítulo reservado aos índios:

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse  permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas  só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. (....)

Pela Constituição Brasileira, é correto afirmar que

a) os índios podem usufruir de todos os recursos naturais da área que lhes for demarcada.
b) os índios precisam  de autorização do Congresso Nacional para utilizar os recursos hídricos das terras
que ocupam.
c) a reprodução física e cultural dos índios não é prevista pela legislação.
d) a União deverá demarcar terras ocupadas pelos índios desde que estes reconheçam a necessidade de alterar seus costumes e tradições.
e) os índios são os legítimos proprietários das terras que ocupam, podendo vendê-las de acordo com seus
interesses.

03 Seu êxito (de Hitler) foi possível pelo caos e (pela) desintegração do governo alemão que se seguiram à crise econômica de 1929 e foi resultado da complacência política de conservadores  e comunistas para com o ‘fenômeno grotesco e transitório’ do nazismo (...).Mas o nazismo foi também produto do passado, ainda que não um inevitável produto, pela conjunção de uma série de fatores de natureza diversa: entre eles o autoritarismo, o militarismo, o racismo, o fracasso da revolução democrática de 1848, a derrota na Primeira Guerra Mundial, a hiperinflação dos primeiros anos 1920, a já referida crise econômica aberta em 1929.
Adaptado de Boris Fausto. Folha de São Paulo, 11/12/2007.

A partir do texto do historiador Boris Fausto, analise as afirmações:

I. O nazismo foi um movimento idealizado exclusivamente por Hitler.
II. A crise de 1929 provocou o caos e a desintegração do governo alemão.
III. A fracassada revolução democrática de 1848 é apontada como causa remota do nazismo.
IV. A Alemanha ficou imune aos efeitos da Primeira Guerra Mundial.
V. O racismo explica, em parte, a ascensão do nazismo.

São corretas apenas as afirmações

a) I, II e III
b) I, II e V
c) I, III e IV
d) II, III e V
e) II, IV e V

04 Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos  seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas.
Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007. 


Com base no texto, considere as afirmações abaixo:

I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.
II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.
IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato
de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela
legislação brasileira atual.

São corretas apenas as afirmações

a) I, II e IV
b) I, III e V
c) I, IV e V
d) II, III e IV
e) III, IV e V V

05 A luta pelo desarmamento nuclear, pelo fim da Guerra Fria e pela paz serviu de inspiração, a partir da
década de 1960, para as chamadas músicas de protesto que, com diferentes referências ideológicas, tornaram mundialmente conhecidas certas canções dos Beatles, Rolling Stones, Ramones, Sex Pistols etc. No Brasil, tivemos fenômeno semelhante. “Como é difícil acordar calado” é um dos versos de Cálice, composição de Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil, que explora o duplo sentido causado pela sonoridade de seu título.  Composta em 1973, quando o país estava sob o regime militar, a música se refere

a) ao milagre econômico brasileiro.
b) à anistia ampla, geral e irrestrita.
c) ao combate ao uso de drogas.
d) à campanha pelas diretas já.
e) à falta de liberdade de expressão.

06 Lindolfo Collor assumiu o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, criado por Getúlio Vargas, em 26 de novembro de 1930, e em seu  discurso de posse afirmou que o Brasil obrigava-se a melhorar as condições de existência das populações  operárias, tratando suas reivindicações como questão de política. Muitos trabalhadores aderiram ao discurso, homenageando o ministro e o presidente em manifestações públicas, como a organizada por operários da Light, no Rio de Janeiro, em 24 de janeiro de 1931. Em abril do mesmo ano, em reunião com empresários cariocas, enquanto acontecia a greve dos operários da indústria Adib Naber, Collor falou aos presentes que estranhava o acontecimento, solicitando aos operários que se manifestassem com clareza:  “(...) Ou aceitam a ação do Ministério do Trabalho, que traz uma mentalidade nova, de cooperação... Ou se consideram dentro de uma questão de polícia, no sentido do antigo governo. Ou abandonam a mentalidade bolchevista e subversiva, ou se integram ao corpo a que pertencem”.
Diorge A. Konrad. 

A questão social continua um caso de polícia entre 1930 e 1937: problematizando discursos
políticos e historiográficos. 2008.

Com base no texto acima, é correto afirmar:

a) A questão operária deixou de ser tratada como problema policial, após a Revolução de 1930.
b) As manifestações grevistas ainda eram vistas como subversão da ordem e, portanto, deveriam ser tratadas
como questão de polícia.
c) As questões trabalhistas não faziam parte da plataforma do governo pós-1930.
d) A criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio convenceu todo o operariado de que deveria
colaborar com o governo, não fazendo greves.
e) O Ministro do Trabalho não considerava a possibilidade de que os operários brasileiros
aderissem ao bolchevismo.


07 Em certo sentido, existe uma “doutrina da chantagem” subjacente à maneira pela qual o padrão
getuliano de desenvolvimento econômico foi posto em prática no Brasil. Isto é, jogava-se com os interesses das outras nações, relativamente  ao Brasil, procurando obter melhores condições econômicas e políticas, na defesa de uma política econômica nacionalista. Já foi dito que Getúlio Vargas conseguiu a instalação da Usina
Siderúrgica de Volta Redonda, iniciada em 1943, devido a um jogo hábil com os Estados Unidos da América do Norte e a Alemanha. De fato, foram os Estados Unidos que financiaram o empreendimento (...). Segundo alguns intérpretes desse acontecimento, teria sido esse o preço do alinhamento do Brasil ao lado dessa nação e, portanto, dos Aliados. Entretanto, alguns documentos (...) revelam que a usina se achava na  pauta das conversaçõesgermano-brasileiras em 1943.
Otavio Ianni. O colapso do populismo no Brasil, 1968. 


Em relação ao texto acima, deve-se indicar como INCORRETA a afirmação:

a) O presidente Getúlio Vargas negociava com os Estados Unidos e a Alemanha para obter
financiamento para a siderurgia brasileira.
b) A obtenção de vantagens econômicas e políticas para o Brasil significava a defesa de uma política
econômica nacionalista.
c) A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial significou a aceitação do  envolvimento dos Estados
Unidos em questões ligadas à economia brasileira.
d) Os alemães negociavam com o Brasil o financiamento da Usina Siderúrgica de  Volta Redonda, durante a
Segunda Guerra Mundial .
e) O Brasil não tinha interesse, no governo Vargas, em negociar com países envolvidos na Segunda Guerra
Mundial, pois sua política era nacionalista.

Texto para as questões 08 e 09
A Carta da Terra, aprovada em Paris no ano de 2000 e endossada por representantes da sociedade civil de
inúmeros países, estabeleceu 16 princípios fundamentais para orientar a transição do mundo para o chamado
desenvolvimento sustentável.  Aqui estão alguns desses princípios:

1. Respeitar a Terra e a vida em toda a sua diversidade.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método
de proteção ambiental e, quando o conhecimento for
limitado, assumir uma postura de precaução.
12. Defender (...) os direitos de todas as pessoas a um
ambiente (...) capaz de assegurar a dignidade
humana, a saúde corporal e  o bem-estar espiritual,
concedendo especial atenção aos direitos dos povos
indígenas e minorias.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.


08 Os princípios 1, 12 e 15 levam em conta

a) apenas o que o homem tem em comum com outros seres vivos.
b) os outros seres vivos e o homem como minoria.
c) o homem em sua especificidade, mas não o que tem em comum com outros seres vivos.
d) o homem em sua especificidade e o que tem em comum com outros seres vivos.
e) os outros seres vivos, mas não o homem em sua especificidade.


09 Se quiséssemos extrair do princípio 6 da Carta da Terra uma regra geral de conduta, qual seria ela?

a) Deve-se ter conhecimentos ilimitados sobre qualquer assunto relacionado à ação.
b) Deve-se agir, mesmo sem conhecer o assunto relacionado à ação.
c) Não se deve agir sem suficiente conhecimento prévio do assunto relacionado à ação.
d) Não se deve assumir postura de precaução sobre assuntos relacionados à ação.
e) Deve-se assumir postura de precaução, somente quando o conhecimento for limitado.


Texto para as questões de 10 a 14

 Estamos livres de uma série de desgraças como grandes terremotos, vulcões e furacões por causa de
fatores geológicos e climáticos. Catástrofes como sismos, vulcanismos e ondas gigantes estão ligadas aos
movimentos na crosta  da  Terra.  A gente nem percebe, mas  sua superfície anda: ela está dividida em placas, que deslizam sobre o magma entre 1 e 20 centímetros por ano. No encontro dessas placas  é que ocorre a maior parte dos terremotos e vulcões. (...)
 A pouca ocorrência de ventos devastadores como furacões, tufões e ciclones é devida, em grande parte, à
baixa temperatura do mar – nossos mares dificilmente atingem os 26,5 graus necessários para a formação das piores tempestades. Furacões  e tufões são a mesma coisa, com nomes diferentes. Ciclones são diferentes nas condições de formação e geralmente são mais brandos.
“Um furacão deve ter ventos superiores a 118 quilômetros por hora, mas há ciclones com ventos muito intensos”, diz a meteorologista Rosmeri da Rocha, da USP. O Catarina, por exemplo, que passou em  março pelo sul do Brasil, tinha características tanto  de ciclone quanto de furacão, segundo o INPE.
Adaptado da Revista Super Interessante, maio 2004.

10 Assinale a alternativa que serviria para ser título da notícia:

a) Ventos causam baixas temperaturas?
b) Por que o Brasil tem poucos desastres naturais?
c) O Brasil está livre de catástrofes naturais.
d) Baixas temperaturas provocam desastres.
e) Magma provoca furacões.

11 Assinale  a alternativa que contém palavras-chave do texto:

a) Catástrofes  -  fatores climáticos  -  ventos devastadores.
b) Catarina  -  magma  -  condições climáticas.
c) Ciclones  -  ventos  -  meteorologista.
d) Desastres naturais  -  violência  -  vulcões.
e) Placas  -  ondas gigantes  -  sismos.

12 Na frase  A gente nem percebe, mas sua superfície anda, o termo mas expressa a idéia de

a) explicação.
b) conseqüência.
c) oposição.
d) condição.
e) adição.

13 De acordo com o texto, os desastres naturais ocorrem devido a

a) fatores geológicos e climáticos.
b) baixas temperaturas do mar.
c) pouca ocorrência de ventos.
d) imobilidade das placas.
e) rochas derretidas pelo calor.

14 Com base no texto, assinale a afirmação correta:

a) A superfície da Terra se mantém imóvel.
b) É impossível que furacões e ciclones tenham características comuns.
c) O magma está acima das placas da Terra.
d) A baixa temperatura do mar é causada por furacões, tufões e ciclones.
e) Tufões devem ter ventos superiores a 118 quilômetros por hora.

















01-E
02-A  
03-D  
04-B  
05-E  
06-B  
07-E  
08-D  
09-C  
10-B  
11-A  
12-C  
13-A  
14-E

terça-feira, 28 de junho de 2011

ENEM 2009


46- O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais.

ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.



Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é



A) o palácio de Versalhes.

B) o Museu Britânico.

C) a catedral de Colônia.

D) a Casa Branca.

E) a pirâmide do faraó Quéops.



47- O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.

O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois



A) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.

B) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.

C) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.

D) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.

E) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.



48- Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito à família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida política das sociedades.

No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepultamentos,





A) na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas, porque o mais importante era a democracia experimentada pelos vivos.

B) na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma.

C) no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era regido pela observância da hierarquia social.

D) na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.

E) no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.



49- A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo as circunstância das épocas posteriores. Assim, desde o  Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo.
Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é



A) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico.

B) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II.

C) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos.

D) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno.

E) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood.



50- Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal.

A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se



A) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.

B) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.

C) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.

D) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras.

E) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.



51- A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana. Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX estão


A) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e o totalitarismo.

B) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.

C) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.

D) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.

E) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.



52- Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista.

Essa divisão europeia ficou conhecida como



A) Cortina de Ferro.

B) Muro de Berlim.

C) União Europeia.

D) Convenção de Ramsar.

E) Conferência de Estocolmo.



53- O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural. “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”.

Journal de la comune étudiante. Textes et documents.Paris: Seuil, 1969 (adaptado).

Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968,



A) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa.

B) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes.

C) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais durante as décadas de 70 e 80.

D) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural,expressos na mudança de costumes e na contracultura.

E) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa dos direitos das minorias.





54- Os Yanomamis constituem uma sociedade indígena do norte da Amazônia e forma um amplo conjunto lingüístico e cultural. Para os Yanomami, urihi, a “terra-floresta”, não é um mero cenário inerte, objeto de exploração econômica, e sim uma entidade viva, animada por uma dinâmica de trocas entre os diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital, wixia, que é muito longo. Se não a desmatarmos, ela não morrerá. Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graças ao seu sopro úmido que as plantas crescem. A floresta não está morta pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas. Tampouco se veria água. Segundo os Yanomami, se os brancos os fizerem desaparecer para desmatá-la e morar no seu lugar, ficarão pobres e acabarão tendo fome e sede.
ALBERT, B. Yanomami, o espírito da floresta. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2007 (adaptado)



De acordo com o texto, os Yanomami acreditam que



A) a floresta não possui organismos decompositores.

B) o potencial econômico da floresta deve ser explorado.

C) o homem branco convive harmonicamente com urihi.

D) as folhas e a água são menos importantes para a floresta que seu sopro vital.

E) Wixia é a capacidade que tem a floresta de se sustentar por meio de processos vitais.





55- O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade.
O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta

A) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado.

B) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria.

C) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes.

D) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo.

E) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no que concerne às ações militares.





56- Na democracia estado-unidense, os cidadãos são incluídos na sociedade pelo exercício pleno dos direitos políticos e também pela ideia geral de direito de propriedade. Compete ao governo garantir que esse direito não seja violado. Como consequência, mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidadãos de pleno direito.
Na tradição política dos EUA, uma forma de incluir socialmente os cidadãos é

A) submeter o indivíduo à proteção do governo.

B) hierarquizar os indivíduos segundo suas posses.

C) estimular a formação de propriedades comunais.

D) vincular democracia e possibilidades econômicas individuais.

E) defender a obrigação de que todos os indivíduos tenham propriedades.


57- Na década de 30 do século XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da moralidade nos EUA: “A opinião pública norte-americana é particularmente dura com a falta de moral, pois esta desvia a atenção

frente à busca do bem-estar e prejudica a harmonia doméstica, que é tão essencial ao sucesso dos negócios. Nesse sentido, pode-se dizer que ser casto é uma questão de honra”.
TOCQUEVILLE, A. Democracy in America. Chicago: Encyclopaedia Britannica, Inc., Great Books 44, 1990 (adaptado).



Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norte-americanos do seu tempo


A) buscavam o êxito, descurando as virtudes cívicas.

B) tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rápido.

C) valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento ético.

D) relacionavam a conduta moral dos indivíduos com o progresso econômico.

E) acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia doméstica.



58- A definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891:

Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei.

A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que:

Art. 180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei.

Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que


A) a Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para votar.

B) a Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos, referia-se também às mulheres.

C) os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor.

D) o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino.

E) a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas os indivíduos do sexo masculino.



59- Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa herança de inorganicidade social — o oposto da interligação com objetivos internos — trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos uma país democrático. Também aqui o ponto de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico, não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que agora parece remoto.
SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras, 1999 (adaptado).

Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no texto é:

A) Brasil, um país que vai pra frente.

B) Brasil, a eterna esperança.

C) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.

D) Brasil, terra bela, pátria grande.

E) Brasil, gigante pela própria natureza.

60- Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas.”
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania

A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.

B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.

C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.

D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.

E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

61- O autor da constituição de 1937, Francisco Campos, afirma no seu livro, O Estado Nacional, que o eleitor  seria apático; a democracia de partidos conduziria à desordem; a independência do Poder Judiciário acabaria em

injustiça e ineficiência; e que apenas o Poder Executivo, centralizado em Getúlio Vargas, seria capaz de dar racionalidade imparcial ao Estado, pois Vargas teria providencial intuição do bem e da verdade, além de ser um gênio político.

CAMPOS. F. O Estado nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940 (adaptado).

Segundo as ideias de Francisco Campos,

A) os eleitores, políticos e juízes seriam mal-intencionados.

B) o governo Vargas seria um mal necessário, mas transitório.

C) Vargas seria o homem adequado para implantar a democracia de partidos.

D) a Constituição de 1937 seria a preparação para uma futura democracia liberal.

E) Vargas seria o homem capaz de exercer o poder de modo inteligente e correto.

62- No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”.
ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997.


Do ponto de vista da Inquisição,

A) O problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.

B) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.

C) os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram condenados porque afetavam a saúde da população.

D) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois eram perceptíveis suas tendências feministas.

E) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.

63-A partir de 1942 e estendendo-se até o final do Estado Novo, o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio de Getúlio Vargas falou aos ouvintes da Rádio Nacional semanalmente, por dez minutos, no programa “Hora do Brasil”. O objetivo declarado do governo era esclarecer os trabalhadores acerca das inovações na legislação deproteção ao trabalho.GOMES, A. C. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: IUPERJ/Vértice. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1988 (adaptado).

Os programas “Hora do Brasil” contribuíram para

A) conscientizar os trabalhadores de que os direitos sociais foram conquistados por seu esforço, após anos de lutas sindicais.

B) promover a autonomia dos grupos sociais, por meio de uma linguagem simples e de fácil entendimento.

C) estimular os movimentos grevistas, que reivindicavam um aprofundamento dos direitos trabalhistas.

D) consolidar a imagem de Vargas como um governante protetor das massas.

E) aumentar os grupos de discussão política dos trabalhadores, estimulados pelas palavras do ministro

64 A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa, na América Latina, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na América Latina — onde as instituições das populações locais existentes à época da conquista ou foram eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso do Brasil —, são o resultado, em geral, da evolução do transplante de instituições europeias feito pelas metrópoles para suas colônias. Na África, as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separando etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonização, dando razão para conflitos que, muitas vezes, têm sua verdadeira origem em disputas pela exploração de recursos naturais. Na Ásia, a colonização europeia se fez de forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs. Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas organizacões políticas do Estado asiático.
GUIMARÃES, S. P. Nação, nacionalismo, Estado. Estudos Avançados. São Paulo: EDUSP,v. 22, nº- 62, jan.- abr. 2008 (adaptado).

Relacionando as informações ao contexto histórico e geográfico por elas evocado, assinale a opção correta acerca do processo de formação socioeconômica dos continentes mencionados no texto.

A) Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil, conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África estiveram ausentes no período da independência e formação do Estado brasileiro.

B) A maior distinção entre os processos histórico-formativos dos continentes citados é a que se estabelece entre colonizador e colonizados, ou seja, entre a Europa e os demais.

C) À época das conquista, a América Latina, a África e a Ásia tinham sistemas políticos e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador.

D) Comparadas ao México e ao Peru, as instituições brasileiras, por terem sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência dos modelos institucionais europeus.

E) O modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de organização anteriores à conquista.


65- Colhe o Brasil, após esforço contínuo dilatado no tempo, o que plantou no esforço da construção de sua inserção internacional. Há dois séculos formularam-se os pilares da política externa. Teve o país inteligência de longo prazo e cálculo de oportunidade do mundo difuso da transição da hegemonia britânica para o século americano. Engendrou concepções, conceitos e teoria própria no século XIX, de José Bonifácio ao Visconde do
Rio Branco. Buscou autonomia decisória no século XX. As elites se interessaram, por meio de calorosos debates, pelo destino do Brasil. O país emergiu, de Vargas aos militares, como ator responsável e previsível nas ações externas do Estado. A mudança de regime político para a democracia não alterou o pragmatismo externo,mas o aperfeiçoou.
SARAIVA, J. F. S. O lugar do Brasil e o silêncio do parlamento. Correio Braziliense, Brasília, 28 maio 2009 (adaptado).

Sob o ponto de vista da política externa brasileira no século XX, conclui-se que

A) o Brasil é um país periférico na ordem mundial, devido às diferentes conjunturas de inserção internacional.

B) as possibilidades de fazer prevalecer ideias e conceitos próprios, no que tange aos temas do comércio internacional e dos países em desenvolvimento, são mínimas.

C) as brechas do sistema internacional não foram bem aproveitadas para avançar posições voltadas para a criação de uma área de cooperação e associação integrada a seu entorno geográfico.

D) os grandes debates nacionais acerca da inserção internacional do Brasil foram embasados pelas elites do Império e da República por meio de consultas aos diversos setores da população.

E) a atuação do Brasil em termos de política externa evidencia que o país tem capacidade decisória própria, mesmo diante dos constrangimentos internacionais.


66- No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares  do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti:


Marinheiros e caiados

Todos devem se acabar.

Porque só pardos e pretos

O país hão de habitar.

AMARAL, F. P. do Apud CARVALHO, A.

Estudos pernambucanos,Recife: Cultura Acadêmica, 1907.

O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende

A)dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças.

B) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.

C) do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista.

D)do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, porque estes representavam a elite branca opressora.

E) da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti.


67 -A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.
THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguim Books, 1979 (adaptado).

Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque

A) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais.

B) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes.

C) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados.

D) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência.

E) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas

68-Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem

A) a erradicação da fome no mundo.

B) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.

C) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.

D) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.

E) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização.

69- Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele ambiente tão característico de família, com seus pesados móveis de vinhático ou de jacarandá, de qualidade antiga, e que denunciavam um passado ilustre, gerações de Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora, uma espécie de desordem, de relaxamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim era fácil perceber o que haviam sido, esses nobres da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente na sombra, suas pratas semi-empoeiradas que atestavam o esplendor esvanecido, seus marfins e suas opalinas — ah, respirava-se ali conforto,não havia dúvida, mas era apenas uma sobrevivência de coisas idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que se ia desagregando, que um mal oculto o roía, como um tumor latente em suas entranhas.
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 2002 (adaptado).

O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses, família da aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não apenas a história da decadência dessa família, mas é, ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política, social e econômica do país. O recurso expressivo que formula literariamente essa desagregação histórica é o de descrever a casa dos Meneses como

A) ambiente de pobreza e privação, que carece de conforto mínimo para a sobrevivência da família.

B) mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de decadência da aristocracia rural mineira.

C) cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano, compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos.

D) símbolo de um passado ilustre que, apesar de superado, ainda resiste à sua total dissolução graças ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa.

E) espaço arruinado, onde os objetos perderam seu esplendor e sobre os quais a vida repousa como lembrança de um passado que está em vias de desaparecer completamente.

70 Além dos inúmeros eletrodomésticos e bens eletrônicos, o automóvel produzido pela indústria fordista promoveu, a partir dos anos 50, mudanças significativas no modo de vida dos consumidores e também na habitação e nas cidades. Com a massificação do consumo dos bens modernos, dos eletroeletrônicos e também do automóvel, mudaram radicalmente o modo de vida, os valores, a cultura e o conjunto do ambiente construído. Da ocupação do solo urbano até o interior da moradia, a transformação foi profunda.
MARICATO, E. Urbanismo na periferia do mundo globalizado:metrópoles brasileiras. Disponível em: http://www.scielo.br em: 12 ago. 2009 (adaptado).Acesso

Uma das consequências das inovações tecnológicas das últimas décadas, que determinaram diferentes formas de uso e ocupação do espaço geográfico, é a instituição das chamadas cidades globais, que se caracterizam por

A) possuírem o mesmo nível de influência no cenário mundial.

B) fortalecerem os laços de cidadania e solidariedade entre os membros das diversas comunidades.

C) constituírem um passo importante para a diminuição das desigualdades sociais causadas pela polarização social e pela segregação urbana.

D) terem sido diretamente impactadas pelo processo de internacionalização da economia, desencadeado a partir do final dos anos 1970.

E) terem sua origem diretamente relacionadas ao processo de colonização ocidental do século XIX.


71- O suíço Thomas Davatz chegou a São Paulo em 1855 para trabalhar como colono na fazenda de café Ibicaba, em Campinas. A perspectiva de prosperidade que o atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que
ele registrou em livro. Sobre o percurso entre o porto de Santos e o planalto paulista, escreveu Davatz: “As estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são péssimas. Em quase toda parte, falta qualquer espécie de calçamento

ou mesmo de saibro. Constam apenas de terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas estradas não se encontram estalagens e hospedarias como as da Europa. Nas cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível; nunca, porém, qualquer coisa de comparável à comodidade que proporciona na Europa qualquer estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na distância que vai de Santos a Ibicaba e que se percorre em cinquenta horas no mínimo”.



Em 1867 foi inaugurada a ferrovia ligando Santos a Jundiaí, o que abreviou o tempo de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. Nos anos seguintes, foram construídos outros ramais ferroviários que articularam

o interior cafeeiro ao porto de exportação, Santos. DAVATZ, T. Memórias de um colono no Brasil, São Paulo: Livraria Martins, 1941 (adaptado).

O impacto das ferrovias na promoção de projetos de colonização com base em imigrantes europeus foi importante,porque


A) o percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou em muares; no entanto, o tempo de viagem era aceitável, uma vez que o café era plantado nas proximidades da capital, São Paulo.

B) a expansão da malha ferroviária pelo interior de São Paulo permitiu que mão-de-obra estrangeira fosse contratada para trabalhar em cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de Santos.

C) o escoamento da produção de café se viu beneficiado pelos aportes de capital, principalmente de colonos italianos, que desejavam melhorar sua situação econômica.

D) os fazendeiros puderam prescindir da mão-de-obra europeia e contrataram trabalhadores brasileiros provenientes de outras regiões para trabalhar em suas plantações.

E) as notícias de terras acessíveis atraíram para São Paulo grande quantidade de imigrantes, que adquiriram vastas propriedades produtivas.

























72- A partir do mapa apresentado, é possível inferir que nas últimas décadas do século XX, registraram-se processos que resultaram em transformações nas distribuição das atividades econômicas e da população sobre o território brasileiro, com reflexos no PIB por habitante. Assim,

A) as desigualdades econômicas existentes entre regiões brasileiras  desapareceram, tendo em vista a modernização tecnológica e o crescimento vivido pelo país.

B) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao Norte e ao Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao crescimento da demanda por postos de trabalho.

C) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB industrial a partir do processo de desconcentração espacial do setor, em direção a outras regiões do país.

D) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da região Norte e do Centro-Oeste resultou no desenvolvimento e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos setores primário e secundário, como no terciário.

E) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um período de retração econômica, como conseqüência da falta de investimentos no setor industrial com base na moderna tecnologia.


73- Populações inteiras, nas cidades e na zona rural, dispõem da parafernália digital global como fonte de educação e de formação cultural. Essa simultaneidade de cultura e informação eletrônica com as formas tradicionais e orais é um desafio que necessita ser discutido. A exposição, via mídia eletrônica, com estilos e valores culturais de outras sociedades, pode inspirar apreço, mas também distorções e ressentimentos. Tanto quanto há necessidade de uma cultura tradicional de posse da educação letrada, também é necessário criar estratégias de alfabetização eletrônica, que passam a ser o grande canal de informação das culturas segmentadas no interior dos grandes centros urbanos e das zonas rurais. Um novo modelo de educação.

BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna, 1998 (adaptado).

Com base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias de informação no marcoda globalização, depreende-se que


A) a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio rural suscita o contato entre diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformular as concepções tradicionais de educação.

B) a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas para benefício próprio é fonte de conflitos e ressentimentos.

C) as mudanças sociais e culturais que acompanham o processo de globalização, ao mesmo tempo em que refletem a preponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais próprias do meio rural.

D) as populações nos grandes centros urbanos e no meio rural recorrem aos instrumentos e tecnologias de informação basicamente como meio de comunicação mútua, e não os veem como fontes de educação e cultura.

E) a intensificação do fluxo de comunicação por meios eletrônicos, característica do processo de globalização, está dissociada do desenvolvimento social e cultural que ocorre no meio rural.


74- No período 750-338 a.C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado.
No período 1200-1600 d.C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia. Folha de S.Paulo, ago. 2008 (adaptado).

Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes no aspecto de que

A) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.

B) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas.

C) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si.

D) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia.

E) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.

75 O movimento migratório no Brasil é significativo, principalmente em função do volume de pessoas que saem de uma região com destino a outras regiões. Um desses movimentos ficou famoso nos anos 80, quando muitos nordestinos deixaram a região Nordeste em direção ao Sudeste do Brasil. Segundo os dados do IBGE de 2000,  este processo continuou crescente no período seguinte, os anos 90, com um acréscimo de 7,6% nas migrações deste mesmo fluxo. A Pesquisa de Padrão de Vida, feita pelo IBGE, em 1996, aponta que, entre os nordestinos que chegam ao Sudeste, 48,6% exercem trabalhos manuais não qualificados, 18,5% são trabalhadores manuais qualificados, enquanto 13,5%, embora não sejam trabalhadores manuais, se encontram em áreas que não exigem formação profissional. O mesmo estudo indica também que esses migrantes possuem, em média, condição de vida e nível educacional acima dos de seus conterrâneos e abaixo dos de cidadãos estáveis do Sudeste.

Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).

Com base nas informações contidas no texto, depreende-se que

A) o processo migratório foi desencadeado por ações de governo para viabilizar a produção industrial no Sudeste.

B) os governos estaduais do Sudeste priorizaram a qualificação da mão-de-obra migrante.

C) o processo de migração para o Sudeste contribui para o fenômeno conhecido como inchaço urbano.

D) as migrações para o Sudeste desencadearam a valorização do trabalho manual, sobretudo na década de 80.

E) a falta de especialização dos migrantes é positiva para os empregadores, pois significa maior versatilidade profissional.

76 Apesar do aumento da produção no campo e da integração entre a indústria e a agricultura, parte da população da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, o que gera conflitos pela posse de terra que podem ser verificados em várias áreas e que frequentemente chegam a provocar mortes.

Um dos fatores que explica a subalimentação na América do Sul é

A) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial.

B) a quantidade insuficiente de mão-de-obra para o trabalho agrícola.

C) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por latifúndios improdutivos.

D) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o crescimento da produção agrícola.

E) os sistemas de cultivo mecanizado voltados para o abastecimento do mercado interno.

77 A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas.


Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela posse de terra no Brasil, a região

A) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a de maior violência.

B) do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.

C) conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.

D) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada, é a mais violenta do país.

E) da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.



78

O gráfico mostra o percentual de áreas ocupadas, segundo o tipo de propriedade rural no Brasil, no ano de 2006.

De acordo com o gráfico e com referência à distribuição das áreas rurais no Brasil, conclui-se que

A) imóveis improdutivos são predominantes em relação às demais formas de ocupação da terra no âmbito nacional e na maioria das regiões.

B) o índice de 63,8% de imóveis improdutivos demonstra que grande parte do solo brasileiro é de baixa fertilidade,impróprio para a atividade agrícola.

C) o percentual de imóveis improdutivos iguala-se ao de imóveis produtivos somados aos minifúndios, o quejustifica a existência de conflitos por terra.

D) a região Norte apresenta o segundo menor percentual de imóveis produtivos, possivelmente em razão da presença de densa cobertura florestal, protegida por legislação ambiental.

E) a região Centro-Oeste apresenta o menor percentual de área ocupada por minifúndios, o que inviabiliza políticas de reforma agrária nesta região.

79- Entre 2004 e 2008, pelo menos 8 mil brasileiros foram libertados de fazendas onde trabalhavam como se fossem escravos. O governo criou uma lista em que ficaram expostos os nomes dos fazendeiros flagrados pela fiscalização. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões que mais sofrem com a fraqueza do poder público, o bloqueio dos canais de financiamento agrícola para tais fazendeiros tem sido a principal arma de combate a esse problema, mas os governos ainda sofrem com a falta de informações, provocada pelas distâncias e pelo poder intimidador dos proprietários. Organizações não governamentais e grupos como a Pastoral da Terra têm agido corajosamente acionando as autoridades públicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e trabalhistas.

“Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo”. Disponível em: http://www.mte.gov.br. Acesso em: 17 mar. 2009 (adaptado).

Nos lugares mencionados no texto, o papel dos grupos de defesa dos direitos humanos tem sido fundamental, porque eles

A) negociam com os fazendeiros o reajuste dos honorários e a redução da carga horária de trabalho.

B) defendem os direitos dos consumidores junto aos armazéns e mercados das fazendas e carvoarias.

C) substituem as autoridades policiais e jurídicas na resolução dos conflitos entre patrões e empregados.

D) encaminham denúncias ao Ministério Público e promovem ações de conscientização dos trabalhadores.

E) fortalecem a administração pública ao ministrarem aulas aos seus servidores.

80 O homem construiu sua história por meio do constante processo de ocupação e transformação do espaço natural. Na verdade, o que variou, nos diversos momentos da experiência humana, foi a intensidade dessa exploração.

Acesso em: 09 jul. 2009 (adaptado).

Uma das consequências que pode ser atribuída à crescente intensificação da exploração de recursos naturais, facilitada pelo desenvolvimento tecnológico ao longo da história, é

A) a diminuição do comércio entre países e regiões, que se tornaram autossuficientes na produção de bens e serviços.

B) a ocorrência de desastres ambientais de grandes proporções, como no caso de derramamento de óleo por navios petroleiros.

C) a melhora generalizada das condições de vida da população mundial, a partir da eliminação das desigualdades econômicas na atualidade.

D) o desmatamento, que eliminou grandes extensões de diversos biomas improdutivos, cujas áreas passaram a ser ocupadas por centros industriais modernos.

E) o aumento demográfico mundial, sobretudo nos países mais  desenvolvidos, que apresentam altas taxas de crescimento vegetativo.

81 No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos da atividade humana, em diferentes áreas, sobre o meio ambiente, sendo constante, nos fóruns internacionais e nas instâncias nacionais, a referência à sustentabilidade como princípio orientador de ações e propostas que deles emanam. A sustentabilidade explica-se pela

A) incapacidade de se manter uma atividade econômica ao longo do tempo sem causar danos ao meio ambiente.

B) incompatibilidade entre crescimento econômico acelerado e preservação de recursos naturais e de fontes não renováveis de energia.

C) interação de todas as dimensões do bem-estar humano com o crescimento econômico, sem a preocupação com a conservação dos recursos naturais que estivera presente desde a Antiguidade.

D) proteção da biodiversidade em face das ameaças de destruição que sofrem as florestas tropicais devido ao avanço de atividades como a mineração, a monocultura, o tráfico de madeira e de espécies selvagens.

E) necessidade de se satisfazer as demandas atuais colocadas pelo desenvolvimento sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades nos campos econômico, social e ambiental.

82-  Com a perspectiva do desaparecimento das geleiras no Polo Norte, grandes reservas de petróleo e minérios, hoje inacessíveis, poderão ser exploradas. E já atiçam a cobiça das potências.

KOPP, D. Guerra Fria sobre o Ártico. Le monde diplomatique Brasil.Setembro, n. 2, 2007 (adaptado).

No cenário de que trata o texto, a exploração de jazidas de petróleo, bem como de minérios — diamante, ouro,prata, cobre, chumbo, zinco — torna-se atraente não só em função de seu formidável potencial, mas também por

A) situar-se em uma zona geopolítica mais estável que o Oriente Médio.

B) possibilitar o povoamento de uma região pouco habitada, além de promover seu desenvolvimento econômico.

C) garantir, aos países em desenvolvimento, acesso a matérias-primas e energia, necessária ao crescimento econômico.

D) contribuir para a redução da poluição em áreas ambientalmente já degradadas devido ao grande volume da produção industrial, como ocorreu na Europa.

E) promover a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética mundial, dominada, majoritariamente,pelas fontes renováveis, de maior custo.

83 - No mundo contemporâneo, as reservas energéticas tornam-se estratégicas para muitos países no cenário internacional.

Os gráficos apresentados mostram os dez países com as maiores reservas de petróleo e gás natural em reservas comprovadas até janeiro de 2008.

As reservas venezuelanas figuram em ambas as classificações porque

A) a Venezuela já está integrada ao MERCOSUL.

B) são reservas comprovadas, mas ainda inexploradas.

C) podem ser exploradas sem causarem alterações ambientais.

D) já estão comprometidas com o setor industrial interno daquele país.

E) a Venezuela é uma grande potência energética mundial.





84
As terras brasileiras foram divididas por meio de tratados entre Portugal e Espanha. De acordo com esses tratados, identificados no mapa, conclui-se que



A) Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas, detinha o controle da foz do rio Amazonas.

B) o Tratado de Tordesilhas utilizava os rios como limite físico da América portuguesa.

C) o Tratado de Madri reconheceu a expansão portuguesa além da linha de Tordesilhas.

D) Portugal, pelo Tratado de San Ildefonso, perdia territórios na América em relação ao de Tordesilhas.

E) o Tratado de Madri criou a divisão administrativa da América Portuguesa em Vice-Reinos Oriental e Ocidental.





85-O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização das paisagens naturais, mas também no histórico de ocupação do espaço geográfico.Tendo em vista determinada restrição climática, a figura que representa o uso de tecnologia voltada para a produção é:





A)

B)

C)

D)

E)

Parque eólico na Califórnia

Zonas irrigadas por aspersão na Arábia Saudita

Parque de engorda de bovinos nos EUA

Pequena agricultura praticada em região andina

Exploração vinícola no Chile





86  




Reunindo-se as informações contidas nas duas charges, infere-se que



A) os regimes climáticos da Terra são desprovidos de padrões que os caracterizem.

B) as intervenções humanas nas regiões polares são mais intensas que em outras partes do globo.

C) o processo de aquecimento global será detido com a eliminação das queimadas.

D) a destruição das florestas tropicais é uma das causas do aumento da temperatura em locais distantes como os polos.

E) os parâmetros climáticos modificados pelo homem afetam todo o planeta, mas os processos naturais têm alcance regional.





87


Na figura observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado. Em relação às regiões marcadas na figura, observa-se que



A) a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas é resultado do processo de desertificação, de intensidade variável, causado pela ação humana.

B) o emprego de modernas técnicas de irrigação possibilitou a expansão da agricultura em determinadas áreas do semiárido, integrando-as ao comércio internacional.

C) o semiárido, por apresentar déficit de precipitação, passou a ser habitado a partir da Idade Moderna, graças ao avanço científico e tecnológico.

D) as áreas com escassez hídrica na América do Sul se restringem às regiões tropicais, onde as médias de temperatura anual são mais altas, justificando a falta de desenvolvimento e os piores indicadores sociais.

E) o mesmo tipo de cobertura vegetal é encontrado nas áreas superáridas, áridas e semiáridas, mas essa cobertura, embora adaptada às condições climáticas, é desprovida de valor econômico.





88- As áreas do planalto do cerrado — como a chapada dos Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, com altitudes que variam de 400m a 800m — são importantes para a planície pantaneira mato-grossense (com altitude média inferior a 200m), no que se refere à manutenção do nível de água, sobretudo

durante a estiagem. Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de lençóis freáticos e da baixa declividade do relevo, entre outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversidade é assegurada pelas águas da calha dos principais rios, cujo volume tem diminuído, principalmente nas cabeceiras.

Cabeceiras ameaçadas. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC. Vol. 42, jun. 2008 (adaptado).



A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conservação da planície pantaneira e à preservação de sua grande biodiversidade, é a conscientização da sociedade e a organização de movimentos sociais que exijam



A) a criação de parques ecológicos na área do pantanal mato-grossense.

B) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a biodiversidade.

C) o aumento das pastagens na área da planície, para que a cobertura vegetal, composta de gramíneas, evite

a erosão do solo.

D) o controle do desmatamento e da erosão principalmente nas nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas durante o período de cheias.

E) a construção de barragens, para que o nível das águas dos rios seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudicar os ecossistemas.





89 À medida que a demanda por água aumenta, as reservas desse recurso vão se tornando imprevisíveis. Modelos matemáticos que analisam os efeitos das mudanças climáticas sobre a disponibilidade de água no futuro indicam que haverá escassez em muitas regiões do planeta. São esperadas mudanças nos padrões de precipitação,

pois



A) o maior aquecimento implica menor formação de nuvens e, consequentemente, a eliminação de áreas úmidas e subúmidas do globo.

B) as chuvas frontais ficarão restritas ao tempo de permanência da frente em uma determinada localidade, o que limitará a produtividade das atividades agrícolas.

C) as modificações decorrentes do aumento da temperatura do ar diminuirão a umidade e, portanto, aumentarão a aridez em todo o planeta.

D) a elevação do nível dos mares pelo derretimento das geleiras acarretará redução na ocorrência de chuvas nos continentes, o que implicará a escassez de água para abastecimento.

E) a origem da chuva está diretamente relacionada com a temperatura do ar, sendo que atividades antropogênicas são capazes de provocar interferências em escala local e global.





90 A mais profunda objeção que se faz à ideia da criação de uma cidade, como Brasília, é que o seu desenvolvimento não poderá jamais ser natural. É uma objeção muito séria, pois provém de uma concepção de vida fundamental: a de que a atividade social e cultural não pode ser uma construção. Esquecem-se, porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil, como praticamente toda a América, é criação do homem ocidental.

PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis — Revista do Programa de Pós-graduação em arte (UnB), Vol. 5, n. 1, 2006 (adaptado)



As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque



A) a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáticos que não encontram respaldo na história do Brasil ou da América.

B) as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais fraco na vida social, enquanto a América é mostrada como um exemplo a ser evitado.

C) a objeção inicial, de que as cidades não podem ser inventadas, é negada logo em seguida pelo exemplo utópico da colonização da América.

D) a concepção fundamental da primeira afirmação defende a construção de cidades e a segunda mostra, historicamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.

E) a primeira entende que as cidades devem ser organismos vivos, que nascem de forma espontânea, e a segunda mostra que há exemplos históricos que demonstram o contrário.

















Gabarito



46 A

47 A

48 C

49 A

50 A

51 E

52 A

53 E

54 E

55 A

56 D

57 D

58 E

59 B

60 E

61 E

62 B

63 D

64 B

65 E

66 A

67 D

68 C

69 E

70 D

71 B

72 D

73 A

74 C

75 D









76 C

77 B

78 A

79 D

80 B


81 E

82 A

83 E

84 C

85 D

86 D

87 B

88 D

89 E

90 E